O Ônibus Espacial Atlantis foi lançado na sexta-feira para sua missão final de 12 dias. Para os homens e mulheres responsáveis por cuidar de cada detalhe, tudo parece uma eternidade. O Engenheiro de Controle de Voo e Navegação da NASA, George W. Hatcher descreve estes momentos finais.

A contagem regressiva de 72 horas é relativamente breve quando comparada com o processo, e o lançamento em si, com pouco mais de oito minutos, é mais curto ainda. Para os engenheiros que testemunharam o Challenger e estão intimamente ligados com o perigo envolvido na explosão controlada que chamamos de “rocketry”, estes momentos de tensão podem durar a vida toda. É por isso que minha colega Sunshine Menendez (não é seu nome real, apenas uma piada sobre seu comportamento), caracteriza nosso trabalho como “seis meses de tédio seguidos por nove minutos de absoluto terror”.

Não me entendam mal, é um balé muito delicado e eu poderia listar centenas de componentes complexos e enlouquecedores que devem estar funcionando perfeitamente com os outros antes de acender o pavio. Mas quando tudo sai como planejado, parece que a contagem regressiva dura para sempre (o que é compreensível, já que dura três dias). Depois, perto do fim, tudo fica tenso. Na hora do minuto final, tudo é mais silencioso que uma biblioteca vazia. Ninguém sequer tosse.
O computador liga a 31 segundos do lançamento, os motores principais são ligados a seis segudos e depois, a milissegundos do “zero”, os SRBs são explodidos (por outro foguete dentro deles!), os tanques são separados e ele está livre.
Se você piscar, perde. Se você estiver nos fundos da sala, como nós no painel de Controles de Voo, você conseguirá ver o orbitador por três segundos. Depois nós assistimos pela TV, como todo mundo, enquanto continuamos a monitorar nossos respectivos sistemas. Depois do lançamento posamos para fotos e descemos para comer.
0 comentários:
Postar um comentário