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Os bastidores do lançamento da última missão do Ônibus Espacial



O Ônibus Espacial Atlantis foi lançado na sexta-feira para sua missão final de 12 dias. Para os homens e mulheres responsáveis por cuidar de cada detalhe, tudo parece uma eternidade. O Engenheiro de Controle de Voo e Navegação da NASA, George W. Hatcher descreve estes momentos finais.
Ao contrário do que você deve ter visto nos filmes como Apollo 13, a vida em um Centro de Controle de Lançamentosnão é nada glamouroso. Claro, nós recebemos visitas ocasionais da família presidencial, físicos ganhadores do prêmio Nobel e algumas celebridades. E o chefe da NASA aparece quase toda a vez que vamos almoçar.
Mas eles só sorriem e acenam para a multidão depois que o veículo está seguro em órbita, ou então fazem uma declaração sobre quão orgulhosos estão de nós ou sobre como somos a melhor equipe de lançamento do mundo.
Na maior parte do tempo, contudo, nossa tarefa é tediosa: monitorar cada um dos sistemas do veículo enquanto os tanques são enchidos, as células de combustível ativadas, as unidades auxiliares de potência estão girando, os sistemas hidráulicos pressurizados, as unidades de medida inercial calibradas e por aí vai. Em geral, é preciso mais de dez mil pessoas durante meio ano para recuperar, reformar, reparar, testar, aprimorar, checar, montar, integrar, transportar, carregar, re-testar e preparar um ônibus espacial para o lançamento.
A contagem regressiva de 72 horas é relativamente breve quando comparada com o processo, e o lançamento em si, com pouco mais de oito minutos, é mais curto ainda. Para os engenheiros que testemunharam o Challenger e estão intimamente ligados com o perigo envolvido na explosão controlada que chamamos de “rocketry”, estes momentos de tensão podem durar a vida toda. É por isso que minha colega Sunshine Menendez (não é seu nome real, apenas uma piada sobre seu comportamento), caracteriza nosso trabalho como “seis meses de tédio seguidos por nove minutos de absoluto terror”.
Não me entendam mal, é um balé muito delicado e eu poderia listar centenas de componentes complexos e enlouquecedores que devem estar funcionando perfeitamente com os outros antes de acender o pavio. Mas quando tudo sai como planejado, parece que a contagem regressiva dura para sempre (o que é compreensível, já que dura três dias). Depois, perto do fim, tudo fica tenso. Na hora do minuto final, tudo é mais silencioso que uma biblioteca vazia. Ninguém sequer tosse.
O computador liga a 31 segundos do lançamento, os motores principais são ligados a seis segudos e depois, a milissegundos do “zero”, os SRBs são explodidos (por outro foguete dentro deles!), os tanques são separados e ele está livre.
Todos olhamos para as enormes janelas na parte da frente da sala, sem saber exatamente onde o ônibus espacial vai aparecer, uma vez que não conseguimos vê-lo na sala de controle. E então lá vem ele, gritando e iluminando o céu, seja dia ou noite.
Se você piscar, perde. Se você estiver nos fundos da sala, como nós no painel de Controles de Voo, você conseguirá ver o orbitador por três segundos. Depois nós assistimos pela TV, como todo mundo, enquanto continuamos a monitorar nossos respectivos sistemas. Depois do lançamento posamos para fotos e descemos para comer.

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