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Que tal controlar o espaço e comunicar-se com os olhos?


Essa história aconteceu há quase um mês, embora não tenha atingido tantos lugares por meio da imprensa de internet, ao menos não tanto quanto eu pessoalmente acho que ela mereça.
Um jovem hondurenho de 18 anos, Luis Cruz, começou a fuçar em tecnologia para games e terminou criando uma das mais promissoras descobertas para pessoas com deficiências oculares. E, acima de tudo, dando exemplo de atitude.
Seu projeto pode ser uma resposta prática e real para um grande número de pessoas pelo mundo. Chama-se EyeBoard . Trata-se de um dispositivo de rastreamento ocular (eye-tracking) que permite às pessoas se comunicarem por meio da interface de aparelhos eletrônicos utilizando apenas os olhos.
Eyeboard é baseado na tecnologia de eletrooculografia (EOG ), portanto, valendo-se do potencial elétrico dos olhos para interagir analogicamente com outros dispositivos, desde que seus sinais possam ser interpretados por uma interface adequada.
O olho humano tem uma natureza elétrica bipolar, sendo a córnea carregada de maneira positiva, enquanto que a retina tem sua polaridade negativa em relação à face de cada pessoa.
A medida que os olhos se movimentam, eletrodos posicionados na região orbital do rosto próxima aos olhos, pode-se capturar estas alterações de movimento e traduzi-las na forma de comandos de movimento, cripto-interpretação e outras ações.
O que torna o projeto do jovem Cruz tão bacana é o fato de, primeiramente o ‘kit’ de desenvolvimento não custar mais do que apenas US$ 300,00 para ser construído e, finalmente, no fato dele ter liberado um SDK  muito bem polido e com licença Open Source .
Desta maneira, ele espera que outros desenvolvedores possam rapidamente criar novas ferramentas — como recursos de preenchimento automático, estabilização do nistagmo , T9 e até correção ortográfica — e assim ampliar ainda mais o escopo do Eyeboard.
Inicialmente, Cruz integrou os electrodos a um par de óculos comum e depois conectou-o a um amplificador. Todo o sistema é baseado em um microcontrolador ATmega328P e roda por meio de um software que ele mesmo escreveu e debugou.
O funcionamento do Eyeboard se dá quando o rastreamento do movimento dos olhos de uma pessoa em frente a um teclado comum, onde as voltagens capturadas por suas leituras são copiadas e coladas na forma de letras em um teclado virtual. O sistema criado por ele pode então traduzir estes movimentos em caracteres com uma precisão bastante entusiasmante.
Como todo homem garoto à frente de seu tempo, Cruz acredita que em pouco tempo poderá fabricar novas unidades com um preço base de até US$ 200,00 e assim arrancar milhares de pessoas do doloroso isolamento que é não poder se comunicar em decorrência de seus respectivos estados de saúde ou doenças.
Se quiser ver até onde ele pode chegar, o promissor garoto está aceitando quaisquer doações através do PayPal  e espera assim conseguir levantar fundos o bastante para conseguir atingir seu próximo objectivo: estudar em uma Universidade Norte-Americana.
Não é lindo quando a tecnologia brota de fontes assim tão honestas?
Abaixo, um vídeo demonstrando o projeto EyeBoard:

Via: tecnoblog

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